quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ao Mestre


 
 
 
 
“Declaro, proclamo, assino que nesta sexta-feira 13 do mês de setembro de 1974 estive no “Caldeira”, na boa e carinhosa companhia dos maiores boêmios de Manaus. E adorei!”

O texto acima foi escrito por Vinícius de Moraes ao passar quase que um dia inteiro num bar do centro da cidade, “O Caldeira”. Deixou um recado numa folha de papel, carinhosamente preservado até hoje. Vinícius conversou, escreveu, cantou, brincou, bebeu. Fez tudo aquilo que um poeta boêmio gosta de fazer.

 

Mestre Vinícius

 
Ao mestre digo

Obrigado

Não o conheci assim de tocar

O tenho na memória

Do retrato

Nas leituras secretas a folhear

Na rotina saborosa

De degustar o verso

E a prosa

 
Do mestre aprendi

Que o infinito é

Enquanto durar

A intensidade do que vivi

 
As palavras do mestre

Viajam distantes

No universo íntimo e profundo

Dos simples e mágicos instantes

De uma alma que cabe o mundo

 
Ao mestre digo

Imortal

Na tua chama sempre aquecerei

Os sonhos e os desejos

Até aqueles que nunca terei

Nada mais imortal

Que o amor do poeta

Nas rimas de uma vida

Que não encontra final

L.A.
 
 

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